segunda-feira, 20 de junho de 2011

10 ideias para salvar a Escola Pública

Em início de ciclo governativo, um pequeno contributo que é, ao mesmo tempo, a manifestação da esperança que tenho em que a Escola Pública possa começar a ser erguida do fundo para onde foi atirada.

1 – Revalorizar a família. Assumir que ela é o alicerce base da sociedade, primeiro e principal espaço educativo. Dar-lhe, portanto, condições de sustentabilidade e longevidade.
2 – Fazer da Escola Pública um meio para esbater ou eliminar desigualdades e não uma forma de, como aconteceu nesta última década, as agravar.
3 – (Esta não é minha, é do Paulo Rangel) Assumir uma trivialidade: a Escola Pública é para os mais desfavorecidos a única oportunidade de se tornarem mais favorecidos. Mas se ela não cumpre o seu papel, recorrendo a subterfúgios de sucesso fácil e imediato, lançará na sociedade jovens que rapidamente descobrirão o quão longe estão de poder aspirar aos mesmos objectivos daqueles que fizeram o seu percurso de escolaridade no colégio privado ou no colo dos explicadores ou ainda sob a protecção de uma família que soube estar sempre com eles. E aí perceberão que estão tão ou mais desfavorecidos do que antes. Entenderão que a única oportunidade que tiveram, a Escola Pública, também ela, não quis saber deles!
4 – Redefinir o papel da Escola Pública na sociedade. Orientando-a para aquilo que é a sua vocação, a transmissão de conhecimento. Libertando-a, progressivamente, do amontoado de coisas que para ela a sociedade empurrou, quer por ausência de outras estruturas que o façam, quer por demissão daqueles que tinham o dever de o fazer. 
5 – Resolver o dilema: como se concilia verdadeira aprendizagem com sucesso educativo? (leia-se: como se consegue uma avaliação rigorosa de conhecimentos sem aumentar as taxas de abandono escolar ou de retenção?) .
6 – Repor regras (claras): para a assiduidade, para a disciplina, para a autoridade e para a avaliação.
7- Regular a avaliação externa. Não é admissível que o grau de exigência de um exame varie ao sabor da propaganda política.
8 – Dar (verdadeira) autonomia às Escolas Públicas. E depois pedir-lhes contas.
9 – Redefinir funções: aos alunos o que é dos alunos; aos pais o que é dos pais; aos professores o que é dos professores; aos funcionários o que é dos funcionários; aos directores o que é dos directores; às direcções regionais … (não encontro muito para elas!); ao Ministério o que é do Ministério. Acabe-se com esta misturada onde todos dão palpite, poucos sabem do que estão a falar e aos professores nunca é dada razão.
10 – Parar com o frenesim legislativo na educação.

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