domingo, 30 de agosto de 2009

Sporting

Será hoje que acaba o jejum de vitórias?
Esta é a pergunta que todos nós, sportinguistas, fazemos. Este Agosto tem sido cruel para as nossas hostes. A Champions já era, a equipe não ganha, o Liedson não marca golos, os jogadores jogam sem alegria, não há dinheiro para contratações, enfim, parece que o céu teima em continuar a cair sobre este clube!
É claro que as vozes de descontentamento não se fizeram esperar e têm sido ruidosas. E vêm de todos os lados. Daqueles que, há menos de três meses, aclamaram o José Eduardo e dos outros que não o queriam. Da comunicação social que, a par das infinitas horas de tempo de antena que dedica ao Benfica, sempre elegeu o Sporting como instrumento sublimador das frustrações que as vitórias do Porto lhe provoca. Dos próprios sofredores sportinguistas que têm dificuldade em perceber as desigualdades competitivas que o clube enfrenta (arbitragens incluídas).
A estes digo que “Paulo Bento forever” significa uma opção certa e pragmática perante o panorama presente do clube. Temos menos dinheiro que os outros dois, logo, não podemos ter nem a quantidade nem a qualidade dos jogadores que eles têm. Agora o que devemos é saber maximizar o que temos. E aqui, no que toca a fazer omeletas sem ovos, o Paulo Bento até tem feito uns petiscos.
Fico contente com o 2º lugar? Não, claro que não. Mas há três anos que o conquistámos.
Lembram-se de como era antes?

sábado, 29 de agosto de 2009

Ideias para recuperar a Escola Pública – Opção 2: Aprendizagem real e conhecimento.

A opção pela aprendizagem real e conhecimento como função prioritária da Escola Pública tem associado um problema traumatizante para os ideólogos vigentes que definem as políticas educativas deste país. Esta escola produz insucesso e abandono!
Foi isto que aconteceu durante décadas em Portugal e que justificou, a partir do final dos anos oitenta, a opção pela certificação. Esta escola do conhecimento é exigente e potencia, rapidamente, a selecção. Por este motivo não pode ser a escola de massas nem satisfazer outros propósitos que não o da aprendizagem real do conhecimento (científico). É também por isso que muitos a apelidam de não democrática.
O tempo, porém, mostrou que a Escola Pública que temos neste momento em Portugal é tudo menos democrática. Bastaram pouco mais de vinte anos para se perceber que ela promove desigualdade social. Quem tem dinheiro manda os filhos para os colégios, quem não tem aguenta o ambiente que a Escola Pública lhe oferece!
Esta escola da certificação também selecciona. E fá-lo de maneira mais injusta pois a escolha não tem por base as capacidades dos jovens, mas sim o seu nível social ou a quantidade de dígitos das contas bancárias dos seus progenitores. Trata-se, a médio prazo, do alargar do fosso (que já hoje é bastante grande) entre os muitos que têm pouco e os poucos que têm imenso. Trata-se do desaparecimento da classe média. A longo prazo, os interesses desses que têm imenso irão sobrepor-se a tudo e a todos, com a agravante de os outros, para sobreviverem, estarem dependentes das migalhas ou serviços que esses poucos lhes queiram oferecer.
Devemos então voltar à escola do conhecimento? E voltamos a ignorar as altas taxas de abandono escolar e de insucesso?

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Ideias para recuperar a Escola Pública – Opção 1: Certificação de escolaridade.

Sócrates fez, claramente, a sua opção pela certificação. Daí o sucesso estatístico.
Embora o Governo não o admita, a consequência foi que o conhecimento e a qualidade das aprendizagens foram muitas vezes atirados para os arquivos mortos das escolas.
Os professores tiveram (mais uma vez) que se adaptar a uma nova situação em que, pelo meio dos malabarismos de entretenimento, tentavam ensinar alguma coisa.
Os alunos perceberam rapidamente que a escola era um lugar onde tinham de estar a qualquer custo, mas que, em troca, não lhes exigia grandes esforços para obter sucesso.
Os pais encontraram uma forma de sacudir as suas responsabilidades. Os deveres de estar, de vigiar, enfim, de educar, foram passados para a escola. E, no final, se as coisas não corressem bem, estariam sempre em posição privilegiada para atirar à escola todas as pedras e pedregulhos que sublimariam os seus recalcamentos provenientes dos lapsos e ausências no assumir dos seus deveres, não de progenitores, mas de pais.
Paralelamente, o ensino privado registou forte crescimento nestes anos de Governo PS. Rapidamente, foi perceptível para muitos Encarregados de Educação que tinha chegado o momento de investir financeiramente na instrução dos filhos. Tal aconteceu, basicamente, não porque a qualidade dos profissionais do ensino privado fosse melhor do que a dos seus pares do ensino público, mas porque os pressupostos passaram a ser totalmente diferentes. Nas escolas do ensino privado que comandam os rankings pretende-se, fundamentalmente, ensinar. Quem lá é aluno está para aprender. Em grande parte das escolas públicas estas prioridades foram ultrapassadas por outras no sentido de garantir, por todos os meios, os índices de escolaridade e de abandono definidos.
Esta opção desenfreada da Escola Pública pela certificação de escolaridade não começou com o actual Governo. Vem já de há alguns anos atrás, sejamos justos. Começou, talvez, no tempo em que a Dra. Ana Benavente (XIII Governo Constitucional – 1995-1999) era Secretária de Estado. Agora, o que é também verdade é que o Governo Sócrates assumiu inteiramente esta bandeira e foi o que mais fez para que os resultados aparecessem. Ao mesmo tempo que impunha sobre os professores um clima de pressão psicológica para o sucesso, retocou o que já estava feito em termos de avaliação interna, acabou com as reprovações por faltas e baixou decisivamente o nível de exigência da avaliação externa.
Não contente com isso, este Governo assumiu até a necessidade de certificar a escolaridade daqueles que não a tinham conseguido, anteriormente, na escola. As “Novas Oportunidades” vieram demonstrar que a certificação de escolaridade é possível mesmo que não esteja associada a conhecimento científico.
Em conclusão, à pergunta “Que pretende o país da Escola Pública?” a última década de governação, com particular ênfase no Governo Sócrates, deu como resposta “pretende-se certificação de escolaridade”.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Ideias para recuperar a Escola Pública – Os Princípios.

Talvez seja uma característica nossa, dos portugueses. Temos muita dificuldade em perder tempo com o principal, os fundamentos. É por isso que começo por eles, pelos princípios que entendo que devem alicerçar a Escola Pública.
Proponho, pois, que o próximo Governo defina antes de tudo o resto, com coragem e clareza, a alternativa que escolhe para resposta à seguinte questão:
Que pretende o País da Escola Pública?
Sugiro três alternativas (a desenvolver em próximos posts):
Opção 1: Certificação de escolaridade.
Opção 2: Aprendizagem real e conhecimento.
Opção 3: Ambas as alternativas anteriores, em simultâneo.