sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Ideias para recuperar a Escola Pública – Família.

Trata-se, fundamentalmente, de um pré-requisito. Enuncia-se de uma forma simples: a sociedade não pode empurrar para a escola a resolução dos problemas que não consegue resolver, nem deve esperar que esta esteja habilitada a educar sobre tudo e mais alguma coisa.
Quem dirige o país deve ter a noção e fazer perceber aos cidadãos que a escola não é a primeira responsável pela educação das crianças e jovens, nem sequer é o responsável principal. Este papel é dos pais. Portanto, o estado tem que cumprir duas obrigações:
- Tentar proporcionar aos pais as melhores condições para educarem os seus filhos.
- Fazer com que os pais não se esqueçam dessa tarefa.
Ora, o problema começa aqui. Quem nos tem governado ultimamente não tem tido estas prioridades em atenção.
Por um lado tem havido, conscientemente, fortes investidas no sentido do desprestígio e do desaparecimento da família tradicional em Portugal. Em simultâneo até, atirou-se para a escola a responsabilidade de educar sobre tudo. Veja-se a fobia actual com a gripe A!
Por outro, a precariedade do trabalho e a crise económica potenciaram o papel de armazém da escola impedindo que os pais tenham tempo (ou queiram ter!) para estar com os filhos.
De um modo muito claro: pais e filhos devem passar mais tempo juntos! É aqui que começa a educação, no “estar com”. E o “estar com” faz-se, fundamentalmente, em família (tradicional ou não). Por isso, quem nos vai governar tem que perceber que o alicerce da estrutura social passa por aqui. Há que revalorizar a família como núcleo base dessa sociedade. Por isso, deve inverter os sinais que tem dado. Em vez de perder tempo com as questões que se prendem com os modelos ou formas que a família pode assumir, deve investir significativamente nas formas que tem ao seu dispor não só para dar sustentabilidade às famílias mas também para revalorizar o seu papel como núcleo fundamental da sociedade.
Em paralelo, deve também o estado ser exigente com os seus cidadãos, algo que não tem acontecido nas últimas décadas. Em vez de incentivar à quebra do compromisso, deve exigir dos cidadãos, não só a maturidade no assumir do mesmo como pedir a sua longevidade. Isto é fundamental para uma sociedade estruturada. Reduzindo a precariedade da família potencia-se o seu papel educador, deixando para a escola os aspectos para os quais está mais predestinada.

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