sábado, 29 de agosto de 2009

Ideias para recuperar a Escola Pública – Opção 2: Aprendizagem real e conhecimento.

A opção pela aprendizagem real e conhecimento como função prioritária da Escola Pública tem associado um problema traumatizante para os ideólogos vigentes que definem as políticas educativas deste país. Esta escola produz insucesso e abandono!
Foi isto que aconteceu durante décadas em Portugal e que justificou, a partir do final dos anos oitenta, a opção pela certificação. Esta escola do conhecimento é exigente e potencia, rapidamente, a selecção. Por este motivo não pode ser a escola de massas nem satisfazer outros propósitos que não o da aprendizagem real do conhecimento (científico). É também por isso que muitos a apelidam de não democrática.
O tempo, porém, mostrou que a Escola Pública que temos neste momento em Portugal é tudo menos democrática. Bastaram pouco mais de vinte anos para se perceber que ela promove desigualdade social. Quem tem dinheiro manda os filhos para os colégios, quem não tem aguenta o ambiente que a Escola Pública lhe oferece!
Esta escola da certificação também selecciona. E fá-lo de maneira mais injusta pois a escolha não tem por base as capacidades dos jovens, mas sim o seu nível social ou a quantidade de dígitos das contas bancárias dos seus progenitores. Trata-se, a médio prazo, do alargar do fosso (que já hoje é bastante grande) entre os muitos que têm pouco e os poucos que têm imenso. Trata-se do desaparecimento da classe média. A longo prazo, os interesses desses que têm imenso irão sobrepor-se a tudo e a todos, com a agravante de os outros, para sobreviverem, estarem dependentes das migalhas ou serviços que esses poucos lhes queiram oferecer.
Devemos então voltar à escola do conhecimento? E voltamos a ignorar as altas taxas de abandono escolar e de insucesso?

1 comentário:

Anónimo disse...

Nunca se devia ter saído da escola do conhecimento, arrostando com as taxas de insucesso que lhe são inerentes, não por haver gente com menos capacidades, mas por que, academicamente, nem todos vão lá. Aos que não conseguem singrar nas escola pode o governo português permitir a liberdade de se expressarem de outros modos, exluindo a roubalheira. Com a mão da família, se a houver. Ou não será assim?

cs