quarta-feira, 24 de julho de 2013

Prova de Avaliação de Conhecimentos, Capacidades e Competências

O Governo Sócrates inventou a "prova de avaliação de conhecimentos e competências" para quem pretender ingressar na carreira docente, isto é, ser professor. Sócrates legislou mas nunca aplicou.
O Governo Passos quer agora terminar o que Sócrates iniciou. Quer aplicar. Mas antes vai legislar, outra vez. E aproveita para acrescentar as "capacidades".

Diz a proposta da reformulação do Decreto que esta prova "visa verificar o domínio de conhecimentos, capacidades e competências fundamentais para o exercício da função docente".

Estranho a verificação de competências por parte de alguém que aboliu as ditas competências dos documentos que regulam o processo de aprendizagem dos alunos. Mas afinal verificam-se e avaliam-se ou não competências? Nos alunos não se verificam competências mas nos (candidatos) a professores sim? Terá a ver com a idade?

Estranho ainda que esta prova seja aplicada a quem é possuidor de uma licenciatura ou mestrado, em particular, nos casos em que esse grau académico tem a vertente de ensino ou ramo educacional, isto é, em que o estágio pedagógico já se realizou no âmbito da própria licenciatura ou mestrado. Estranho ainda mais a componente específica da prova. Vamos perguntar a um licenciado (ou mestrado) em Matemática se sabe Matemática.
O que esta prova quer dizer é uma coisa muito simples, mas muito grave: os Ministérios da Educação dos Governos de Sócrates e de Passos não ratificam os conhecimentos, as capacidades e as competências validadas pelas instituições de ensino superior.
É como dizer a um licenciado em medicina que para exercer num hospital público tem que provar que é médico. Não chega que a universidade que disse que ele era médico o afirme. Alguém (quem?) a cima dela terá de fazer essa verificação.
Trata-se de um verdadeiro atestado de incompetência às instituições de ensino superior, em especial, às que ministram cursos de formação de professores.

Se esta prova acontecer, isto é, se conseguir ir para além do papel (e estar no papel já é suficientemente grave) então proponho também que, em moldes semelhantes a esta, seja elaborada uma prova a aplicar a todos os candidatos a Deputados, Ministros, Secretários de Estado, Assessores, Adjuntos, Presidentes de Câmaras ou de Freguesias e demais cargos, exercícios ou lugares da Administração Pública.
O País só ficaria a ganhar com verificação dos conhecimentos, capacidades e competências fundamentais para o exercício do governo do País destes candidatos. Até agora nem sequer uma "simples" universidade o fez.
Talvez acrescentasse até mais algumas verificações a efectuar!

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