quinta-feira, 18 de julho de 2013

Comentário à prova de exame nacional de MACS (835) - 2013 - 2ª Fase

No global, mais complicado, mais longo e mais trabalhoso que o da 1ª Fase.

No particular:

Item 1.3. - Parece-me desenquadrado do "espírito" desta disciplina este tipo de questões em que se testa o conhecimento específico de definições. Uma consulta ao programa (p. 22) permite verificar que o objectivo a atingir é "Apresentar a definição de acontecimentos independentes" e não utilizar ou aplicar, especificamente, tal definição. O programa diz até que o que se pretende é "formalizar a noção intuitiva de acontecimentos independentes". Sei que não concordam com os programas, mas o facto é que eles estão em vigor. Trata-se de uma forma artificial de aumentar o grau de dificuldade.

Item 2. - Discordo de que seja necessário cumprir explicitamente todas as etapas dos critérios específicos de correcção para se ter a cotação toda. Ao justificar que o grafo não admite circuitos de Euler não se está, implicitamente, a considerar que um percurso que cumpra, em simultâneo, as três condições enunciadas corresponde a um circuito de Euler?

Item 3.3. - Devia evitar-se colocar este tipo de perguntas que podem ter interpretações dúbias em função dos arredondamentos. A resposta é 2016 mas o facto é que quando a situação ocorre ainda não estamos nesse ano.

Item 4.1. - Não lembrava a ninguém mandar construir um diagrama de dispersão, ainda por cima com aqueles valores. Ainda estou para saber como se conseguem os 5 pontos da sub-etapa "Marcar correctamente os pontos" quando a prova é resolvida numa folha de linhas pautadas, em que não há a mínima referência para respeitar as unidades que se considerem. Fiquei surpreso também com a exigência dos critérios em se "Apresentar as listas introduzidas na calculadora". Não descortino tal necessidade do enunciado do item.

Item 4.2. - Não sou especialista na utilização da Língua Portuguesa (muito menos agora com esta história do acordo e com a invenção de uma nova gramática) mas o enunciado do item não me parece muito bem formulado. Isto não me soa bem: "No seguinte conjunto de números relativos aos habitantes servidos por cada um dos doze pontos de acesso nesse concelho, no ano de 2004, falta o número de habitantes, a, servidos por um ponto de acesso".

Item 5.2. - Diz o programa da disciplina (p. 21), "Não se justifica, nesta disciplina, o estudo de modelos para situações que obriguem a utilizar técnicas de contagem que envolvam cálculo combinatório". Dir-me-ão que, formalmente, não era necessário conhecer a técnica de contagem (combinações) para resolver o problema. Sim, é verdade. Dir-me-ão também que não era necessário conhecer o modelo binomial para resolver o problema. Sim, têm razão outra vez. Mas eu pergunto: havia necessidade de um problema destes numa prova de exame de MACS? Não será outra forma artificial de aumentar o grau de dificuldade.

2 comentários:

wizzard disse...

Não acha que a questão 5.2 está mal formulada?
Vejamos : a viagem do pai do André pode demorar mais de 25 minutos por diferentes razões :
1º) Seguiu um percurso alternativo por causa do engarrafamento ( ok, o enunciado indica-o de forma clara )

2º) Teve um furo, conduziu mais devagar porque estava a chover, etc etc etc ( O enunciado não exclui estas hipóteses )

Ou seja : A probabilidade do pai do André seguir um percurso alternativo NÃO É IGUAL à probabilidade da viagem demorar mais de 25 minutos.

mesjag disse...

O seu comentário é pertinente.
Para resolver o problema estamos a partir do princípio de que todas as viagens que duram mais de 25 minutos resultam da utilização do percurso alternativo.

No entanto, este facto não aparece especificamente indicado no enunciado do item.